Francisco Trêpa (1995) é um artista português que vive em Lisboa. Com formação em cerâmica pela Escola Artística António Arroio (2013), é licenciado em Escultura (2017) e Mestre em Arte Multimédia (2022) pela Faculdade de Belas Artes da ULisboa. Exibe, nacional e internacionalmente desde 2015, em diversas galerias e instituições. Em 2022 ganhou o prémio de colecção privada do Prémio Arte Jovem CarpeDiem | Fundação Millenium BCP. O seu trabalho está representado na coleção Antonio Cachola (MACE), na coleção Treger Saint Silvestre (Centro de Arte Oliva) e em varias colecções privadas. Em 2024, foi distinguido com o prestigiado Prémio de Arte Português Sovereign e nomeado finalista do Prémio Novos Artistas da Fundação EDP. Atualmente, está a preparar a exposição coletiva do Prémio EDP no MAAT e a trabalhar na sua próxima exposição individual, agendada para 2025, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
A prática de Francisco Trêpa investiga relações simbióticas que sustentam sistemas ecológicos, existenciais e afetivos, utilizando uma variedade de materiais para criar esculturas e instalações que sondam, e finalmente incorporam, conceitos como transmutabilidade e hibridismo. O seu corpo de trabalho mais recente cria um meta-universo inspirado no mundo vegetal, nos vínculos e cruzamentos entre plantas e animais, como a polinização, e nas complexas relações entre animais não-humanos e a humanidade no Antropoceno. As suas esculturas apelam aos fenómenos proporcionados pelo sensorial, aproveitando dimensões estéticas e poéticas para fomentar consciência e reflexão. Assim, as suas obras tecem narrativas visuais que convidam à contemplação e ao questionamento, combinando simbolismo, emoção, forma e pensamento. O seu trabalho revela-se prolífico, utilizando a imaginação, e o grau de infinitude que esta proporciona, para desdobrar e expandir as formas que a matéria (a cerâmica, a madeira, a cera) assume na sua prática. Nos últimos dois anos, os “atores principais” deste meta-universo têm sido personagens fictícios, sem género, que nos contam as suas histórias e tentam fugir às categorias do nosso mundo.