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Déjà-Vu and the End of History
Juan Crespo
[14/09/17 - 01/10/17]

Foco Galeria Déjà-Vu and the End of History

RAINFOREST, 2017

Plantas e terra

Dimensões variáves

Foco Galeria Déjà-Vu and the End of History

CEMENT RUINS, 2017

Cimento e arraia

Dimensões variáves

Foco Galeria Déjà-Vu and the End of History

CEMENT RUINS, 2017

Cimento e arraia

Dimensões variáves

Foco Galeria Déjà-Vu and the End of History

RAINFOREST, 2017

Plantas e terra

Dimensões variáves

Foco Galeria Déjà-Vu and the End of History

PERIAPT, 2017

Madeira, vidro e corda

Dimensões variáves

Foco Galeria Déjà-Vu and the End of History

CEMENT RUINS, 2017

Cimento e arraia

Dimensões variáves

Conceptualmente, a pesquisa de Crespo é formada por mitos locais, herança popular e abordagem colonial da história, materializando-se esteticamente através de uma variação de gestos de arquivo, escultura e instalação.

Para esta exposição Crespo desenvolveu um novo corpo de trabalho, onde corporeidade e leveza coexistem no espaço físico da galeria, transformado numa justaposição de referências a e diferentes temporalidades e medias, criando um cenário pós-antropocêntrico habitado por vestígios humanos, maioritariamente residuais.

A exposição estuda as teorias de Paulo Virno no seu livro “Déjà Vu e o fim da história“, onde o autor expõe este fenómeno psicológico como uma oportunidade de expandir a memoria e a consciência histórica. Dentro deste parâmetro, a lógica da temporalidade tende a omitir a relevância do presente, interpretando-o como uma qualidade da linguagem que esta intimamente ligada com o passado. Assim, o passado tem inerente e escondido o potencial do futuro – futurologia – consumando a crise da compreensão linear.

Neste clima anacrónico, as peças principais Cement ruins (2017) e Sand (2017) aludem a anedota de John Smith, um engenheiro e almirante do Império Britânico empenhado na produção de um novo cimento no Belize em 1820. Após usar areia local como madeira, os diferentes testes e tentativas desenvolvidos ao longo de um ano foram infrutíferos. O solo da região era inadequado a este tipo de composto e, consequentemente, o cimento produzido era de qualidade baixa, inadequado para construção. O cimento foi então importado, drenando o orçamento imperial alocado à região e afectando o desenvolvimento dos planos para as Índias Ocidentais.

Esta falha forçada pela natureza manifesta-se em outros segmentos da exposição. Rainforest (2017) refere problemas de aclimatização e adaptação, uma vez que as plantas que compõem a peça irão progressivamente morrer, acompanhando a duracao da exposição. Periapt (2017) utilisa a sua materialidade para evocar conotações não cientificas ou conhecimento natural experiente. Por fim, os desenhos de How to spend a night out there (2016) definem o cenário de uma situação perturbadora experienciada por um sobrevivente pós- humano, enquanto Untitled (2017) , a peça de macramé, suspensa na parede, vai de encontro a tradições locais, complementando a ideia de ritualismo colonial inerente à exposição.