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SP-Arte 26
Maria Appleton
[08/04/26 - 12/10/25]

A Galeria Foco tem o prazer de propor, para a próxima edição da SP-Arte, uma apresentação individual da jovem artista portuguesa Maria Appleton (1997, Lisboa). Por meio de atos de tecer, destecer e reutilizar, Appleton desafia, material e conceitualmente, a noção de que a vida é composta por fios que se cruzam de forma ordenada. Em vez disso, ela sugere que os acontecimentos se desenrolam como um fluxo contínuo, feito de perspectivas em mudança que incorporam nós e são moldadas pela perda, manifestando-se como lacunas, opacidades ou vazios dentro da trama. Sua prática explora a interação entre cor e forma através de técnicas como tingimento, tecelagem e gravura. Trabalhando com algodão, seda e tecidos industriais, ela cria composições em camadas que geram transparências abstratas e vibrantes, em diálogo com a luz e o espaço. Sua obra investiga espaços liminares, tanto emocionais quanto físicos, onde códigos geométricos e impressões cromáticas convergem em composições cartográficas ligadas à memória coletiva. Ao negociar o equilíbrio entre presença tangível e ausência simbólica, a prática de Appleton evoca sensações, sonhos e lembranças, envolvendo-se com a arquitetura dos domínios público e privado. Na SP-Arte, o estande apresentará uma grande instalação exibida pela primeira vez em sua recente exposição individual na Galeria Foco, What Holds The Structure (O que Sustenta a Estrutura), em maio de 2025. Essa exposição propunha a existência de “algo por trás de todas as coisas”, incluindo a própria estrutura — uma força que sustenta tudo em um equilíbrio caótico, além da compreensão, mas ainda ao alcance do toque. A obra selecionada, Senses of Existence (2025), foi o núcleo central da mostra. Ela funciona como um edifício que convida à descoberta: uma fachada plana que oculta realidades tridimensionais e codificadas, tecidas ou coletadas pela artista em uma forma semelhante a uma lagarta, refletindo as complexidades do mundo material e de suas extensões digitais. Concebida como uma passagem a ser percorrida, a peça ressoa com o desenrolar da própria vida e com a percepção dos momentos que a moldam.