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Lisboa Não Sejas Francesa – Parte 2 | Foco Lisboa
Alice Guittard + Anne-Charlotte Finel + John Fou + Laura Garcia Karras + Lou Masduraud + Marion Flament + Matisse Mesnil + Max Coulon + Sarah Valente + Ugo Schildge + Vincent Voillat
[03/04/25 - 10/05/25]

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Mazzolin (3 parts), 2023 | Matisse Mesnil

Soldadura em aço

170×90 cm (each)

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Rock Bottom, 2023 | Max Coulon

Betão, vergalhões, pigmentos

159x48x67 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Sitting Mouse, 2025 | Max Coulon

Betão, vergalhões, pigmentos

50x56x49 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Lumière vacillante I, III, V, VI, 2025 | Marion Flament

Vidro pintado com fuligem, metal

30×20 cm | 40×30 cm

 

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

La mémoire des murs I,  A mémoria de Sao Domingos  1, Chapelet II, 2024 | Marion Flament

Vidro, aço e corda | Vidro soprado e esculpido, faiança vidrada, corda

114×43 cm | 130×43 cm | 200x20x20 cm + corda

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

La mémoire des murs I,  A mémoria de Sao Domingos  1, Chapelet II, 2024 | Marion Flament

Vidro, aço e corda | Vidro soprado e esculpido, faiança vidrada, corda

114×43 cm | 130×43 cm | 200x20x20 cm + corda

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Dragon I, V, 2023 | Anne-Charlotte Finel

Impressão a jato de tinta sobre papel Hahnemühle
Photorag Baryta

41,5 x 28 cm | Ed. of 2 + 1 P.A.

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Nuit, 2022 | Anne-Charlotte Finel

Vídeo HD, música de Voiski4’17’’ | Edição Anne-Charlotte Finel e Elise Lebaindre – Produção LVMH Métiers d Art

Ed. of 5 + 2 A.P.

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Nuit, 2022 | Anne-Charlotte Finel

Vídeo HD, música de Voiski4’17’’ | Edição Anne-Charlotte Finel e Elise Lebaindre – Produção LVMH Métiers d Art

Ed. of 5 + 2 A.P.

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

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Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Escape plan (before midnight), 2024 | Lou Masduraud

Bronze, pérola, fio de ferro

26x41x4 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Escape plan (before midnight), 2024 | Lou Masduraud

Bronze, pérola, cristal, discos de aço, porca, concha,
fio de ferro, fio de algodão

40x70x5 cm

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Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Contre Nature, 2024 | Ugo Schildge

Gesso, betão, pigmento, cerâmica vidrada e madeira

200×140 cm

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Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Vista da Exposição

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

, 2024 | Laura Garcia Karras

Óleo sobre tela

24×19 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

KO, 2024 | Laura Garcia Karras

Óleo sobre tela

24×19 cm

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Vista da Exposição

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The kiss, 2024 | Vincent Voillat

Marmores

30x43x28 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Rudus limenis: les décombres du seuil (Etretat), 2023 | Vincent Voillat

Marmores

30x30x30 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Wave, 2024 | Vincent Voillat

Marmores

30x25x65 cm

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Vista da Exposição

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Vista da Exposição

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Vista da Exposição

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Ultraflora I, 2024 | Sarah Valente

Vidro

80x20x20 cm

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Ultraflora II, 2024 | Sarah Valente

Vidro

80x20x20 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

7 of cups, 2023 | Alice Guittard

Marchetaria de mármore

70×45 cm

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Vista da Exposição

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Vista da Exposição

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Vista da Exposição

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Yay, 2023 | John Fou

Lápis de cor, acrílico sobre tela

195×130 cm

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Vista da Exposição

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Chute, 2024 | John Fou

Óleo e lápis de cor sobre tela

35×27 cm

Foco Galeria Lisboa Não Sejas Francesa  – Parte 2 | Foco Lisboa

Untitled, 2025 | John Fou

Lápis de cor, acrílico sobre Fomes fomentarius

12×19.5×16.5 cm

Temos o prazer de vos convidar para a segunda parte da exposição Intercultural entre a França e Portugal – Lisboa Não Seja Francesa.

Em continuidade com a primeira parte inaugurada na L’Atlas em Paris, onde 13 artistas a viver e trabalhar em Lisboa oferecem ao público francês um olhar artístico sobre a sua cidade através de diversas expressões, chega agora a vez de 11 artistas franceses partilharem a sua pratica artística com o público português.

Através desta dupla exposição, Lisboa e Paris não se opõem, mas entram em ressonância. Lisboa Não Seja Francesa convida os visitantes a questionar a influência das cidades sobre os artistas, a observar como as identidades se transformam através dos diálogos culturais e a encarar a arte como uma ponte entre passado e futuro, tradição e renovação.

Não te esqueças do que és feito

Era uma vez, numa cidade grande o suficiente para conter mais do que uma praça,
uma fonte e uma vela.
Todos os dias, criaturas reuniam-se à sua volta, algumas com pelagem semelhante ao crepúsculo e dentes minerais,
outras com penas e bicos de aço,
e algumas que pareciam macias, mas eram feitas de betão.

E depois havia outras, rugosas e ondulantes,
cujos olhos opalescentes cintilavam com luzes rosa, azul e amarela.
Eram elas que se juntavam nas águas escuras, como um presságio.

Muitas, no entanto, eram feitas de raiz, caule e folha.
Seus corpos moviam-se pelo perfume, sussurrando na noite,
esticando padrões intrincados de seiva, pétala e fruto em direção à luz do sol.

Todos os dias, as águas abriam-se e fechavam-se, enchendo lagos e poços.
Os habitantes eram atraídos pelo pulsar da fonte e expirados pelo sopro ardente da vela.
Gostavam de tudo aquilo. Bebiam a água. Bebiam a luz. Dançavam em círculos.
E depois recolhiam-se mecanicamente ao ritmo da vida quotidiana.

No início, as sombras vieram suavemente.
Os seres-vegetais foram os primeiros a notar, ervas, arbustos e flores inclinaram-se impercetivelmente.
Uma dobra no ar. Um arrepio subtil. Seria uma falha?

A vida continuava a desenrolar-se. Era fácil ignorar.
Os cidadãos mantinham-se ocupados, brincando, exercitando-se, aninhando-se uns nos outros.
Para além de se sentar ao sol, quem tem tempo para refletir?

Mas os seres de pelagem, de penas, de betão e os rugosos acabaram por perceber.
Houve espanto, confrontos e momentos de paralisia.
Por que é que as nossas almas estavam a perder o brilho?

O que se seguiu foi uma fantasmagoria de mistério.
Mas continha coração, o que fez com que as respostas não fossem procuradas ao longe, mas reveladas no mais profundo.
E o que aconteceu depois foi uma demonstração do que vive dentro de nós.

A fonte e a vela reagiram rapidamente.
Passaram uma à outra a luz. Ela transformou-se,
e tornou-se numa miríade de pirilampos.

Os cidadãos abriram os seus peitos como santuários. As pequenas luzes de estrelas assentaram-se ali.
Havia recantos altos e baixos. Alguns brilhavam até mesmo à vista de todos.

Diz-se que o perigo ainda pairou nas sombras por muito tempo depois.
Mas as chamas só cresceram.

Com cada conexão, cada intenção, cada pensamento amoroso,
nunca se esqueceram de cuidar do seu brilho interior.

Cristina Sanchez-Kozyreva