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Circular Visions
Clara Imbert
[09/09/21 - 23/10/21]

Foco Galeria Circular Visions

Vista de Exposição

Foco Galeria Circular Visions

Vista de Exposição

Foco Galeria Circular Visions

Vista de Exposição

Foco Galeria Circular Visions

Axis, 2021

Aço

112×112 cm

Foco Galeria Circular Visions

Axis, 2021

Aço

112×112 cm

Foco Galeria Circular Visions

Vista de Exposição

Foco Galeria Circular Visions

Totem, 2021

Aço

197×50 cm 

Foco Galeria Circular Visions

Eclipse, 2021

Impresssão Fine art sob papel Baryta Hahnemühl, Moldura Nielsen

150×120 cm | Edição Única + 1PA

Foco Galeria Circular Visions

Vista de Exposição

Foco Galeria Circular Visions

Umbra, 2021

Impresssão Fine art sob papel Baryta Hahnemühl, Moldura Nielsen

130×90 cm | Edição Única + 1PA

Foco Galeria Circular Visions

Solis I,III, 2021

Pedra calcária, aço tratado

115×15 cm | 145x15cm

Foco Galeria Circular Visions

Solis II, 2021

Pedra calcária, aço tratado

125×15 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Solis II, 2021

Pedra calcária, aço tratado

125×15 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Solis III, 2021

Pedra calcária, aço tratado

145×15 cm

Foco Galeria Circular Visions

Shadow Object 1239, 2021

Impresssão Fine art sob papel Baryta Hahnemühl, Moldura Nielsen

130×100 cm | Edição Única + 1PA

Foco Galeria Circular Visions

Shadow Object 1239, 2021

Impresssão Fine art sob papel Baryta Hahnemühl, Moldura Nielsen

130×100 cm | Edição Única + 1PA

Foco Galeria Circular Visions

Orrery, 2021

Aço, Pedra

198x130x130 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Orrery, 2021

Aço, Pedra

198x130x130 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Orrery, 2021

Aço, Pedra

198x130x130 cm

Foco Galeria Circular Visions

Ascension, 2021

Projecção vídeo, espelho de água

Dimensões Variáveis

Foco Galeria Circular Visions

Dome, 2021

Aço

39×38 cm

Foco Galeria Circular Visions

Equation for an Ellipse, 2021

Aço

135x50x50 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Equation for an Ellipse, 2021

Aço

135x50x50 cm

Foco Galeria Circular Visions

Orbits, 2021

Aço

53×88 cm

Foco Galeria Circular Visions

Suspension, 2021

Poliestireno, resina, tinta de poliuretano, íman

175x150x150 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Suspension, 2021

Poliestireno, resina, tinta de poliuretano, íman

175x150x150 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Suspension, 2021

Poliestireno, resina, tinta de poliuretano, íman

175x150x150 cm

Foco Galeria Circular Visions

Detalhe de Suspension, 2021

Poliestireno, resina, tinta de poliuretano, íman

175x150x150 cm

Em 1880, o cientista amador John Rand Capron escreveu ao editor da revista Nature journal para relatar o aparecimento de várias formas circulares que surgiam nas culturas de campos planos. Não descobrindo a sua origem, avançou a ideia de uma acção ciclónica do vento. Um século mais tarde, os chamados “círculos de culturas” multiplicaram-se, e assim se desenvolveram teorias para os explicar. De forças subterrâneas a sinais extraterrestres, as fantasias em torno destes fenómenos iluminam um fascínio mais amplo por visões circulares. Intrigada e ela própria afectada por uma atracção comum por estas formas, Clara Imbert empenhou-se em compor a sua própria paisagem de padrões crípticos e objectos não identificados. Para a sua primeira exposição individual, decidiu explorar círculos e as suas variações – até que o seu arredondamento se transformou em obsessão.

 

Tal como John Rand Capron, Clara Imbert é uma entusiasta da ciência. Inspirando-se em ensaios sobre átomos, células e estrelas, tempo cíclico e espaços em loop, movimento circular e força centrípeta, ela aborda fórmulas e símbolos como fragmentos de poesia visual. E é possivelmente porque prefere a experimentação criativa às chamadas descobertas, que algumas das suas obras de arte parecem reinventar ferramentas comuns de tempo e espaço: um relógio de sol sem ponteiro apropriado, uma ampulheta privada de areia, o planetário de um sistema desconhecido em pé sobre uma peça encontrada de engrenagem metálica. Previsivelmente, o amor da artista pela ciência inclui a ficção científica. As suas esculturas, fotografias e instalações poderiam constituir testemunhos de uma realidade paralela, uma realidade onde se levantariam totens frágeis e talismãs de ferro artesanal. Uma realidade talvez ameaçada por um apocalipse iminente, como sugerido por um meteoro ardente flutuando sobre uma lagoa artificial. No entanto, mesmo sem chegar ao ponto de falar do fim dos mundos, a constelação de obras de Clara Imbert insinua o seu interesse por ruínas – espaços antigos ou industriais abandonados dos quais ela retira artefactos do futuro. Impulsionada por vidas e usos anteriores, ela dá um novo propósito aos obsoletos sem negar vestígios de decadência. Pelo contrário, ela acolhe as irregularidades, falhas e fendas no seu trabalho com o espírito de escolher o equilíbrio e a reconciliação em vez de uma concepção errada de perfeição e visão binária. Finalmente, ela dá espaço ao invisível e ao inefável, aquilo que não pode ser visto, não pode ser dito, mas permanece para ser sentido. Vazio, também o ar, importa. Permite a ascensão de sombras impalpáveis e que uma esfera desafie a gravidade.

Manon Klein

Fotografias: ©Photodocumenta