Lisboa Não Sejas Francesa (Parte 1)
O título desta exposição inspira-se na célebre canção de Amália Rodrigues, um ícone intemporal do fado e da cultura portuguesa. Embora a canção alerte contra a influência estrangeira, neste caso, a francesa, sobre Lisboa, é, acima de tudo, um apelo à preservação da identidade e das raízes portuguesas. Esta referência serve como metáfora para uma cidade que, apesar da sua abertura ao mundo, procura manter a sua essência face à modernidade e à globalização.
Reunindo o trabalho de 13 artistas, portugueses e internacionais, Lisboa Não Sejas Francesa apresenta um retrato multifacetado de Lisboa, visto pelos olhos daqueles que nela vivem e criam. Através de diversas linguagens artísticas, escultura, pintura, fotografia e instalação em vídeo, a exposição explora a tensão entre tradição e transformação, património e reinvenção. Cada obra funciona como um fragmento da cidade, captando as suas histórias sobrepostas, as paisagens em mudança e as forças contemporâneas que moldam a sua identidade.
Esta exposição assinala a primeira parte de um intercâmbio entre Lisboa e Paris, uma Saison Croisée entre as duas capitais. Enquanto Lisboa Não Sejas Francesa acontece no Atlas, em Paris, uma exposição paralela será apresentada em Lisboa, na galeria, com o trabalho de artistas franceses a viver e trabalhar em Paris. Esta iniciativa pretende dar a conhecer a cena artística contemporânea francesa ao público português, promovendo o diálogo entre as comunidades artísticas de ambas as cidades.
Através deste duplo projeto expositivo, Lisboa e Paris entram em conversa, não em oposição, mas em ressonância. Lisboa Não Sejas Francesa convida o público a refletir sobre como as cidades influenciam os artistas, como as identidades evoluem através da troca cultural e como a arte se torna uma ponte entre passado e futuro, tradição e reinvenção.
Artistas participantes (Atlas | Paris):
Clara Imbert (FR), Francisco Trêpa (PT), Gabriel Ribeiro (BR), Hugo Cantegrel (FR), Luísa Salvador (PT), Manon Harrois (FR), Manuel Tainha (PT), Márcio Vilela (BR), Maria Appleton (PT), Mia Dudek (PL), Nádia Duvall (PT), Pauline Guerrier (FR), Rudolfo Quintas (PT).
Inauguração a 20 de março no L’Atlas | 4, cour de l’Île Louviers 75004
Idealizado e promovido pela Emerige, o L’Atlas recebe galerias, fundações e instituições internacionais para apresentar um ou mais artistas de cenas artísticas contemporâneas sub-representadas em França.
Em parceria com figuras-chave do panorama da arte contemporânea global, o L’Atlas propõe um modelo inovador: uma curadoria conjunta de cinco exposições anuais entre o departamento de projetos artísticos da Emerige e os parceiros convidados. Estas exposições são acompanhadas por uma programação cultural, visitas guiadas e workshops educativos dirigidos a um público amplo.